quarta-feira, 15 de abril de 2009

O que tem de ruim na TV?

 imagem: obo-bobolina
Eu defendo a TV aberta com unhas e dentes, acho que ela ainda tem muito o que oferecer e já ofereceu demais. Afinal, quem nasceu antes de meados dos anos 90 só teve TV aberta pra moldar seu caráter.

A punhetação em cima da TV a cabo às vezes é exagerada, como se não passasse merda na TV fechada. E passa. PRA CARALEO! Sem falar nas reprises...só essa semana assisti Closer 5 vezes, Padrinhos Mágicos então? Vira e mexe tenho a impressão que tem um canal que passa só isso! O Fox Life só tem a primeira e segunda temporada de Nip/Tuck? Já vi, caceta! Friends vai passar ad eternum na Warner? A Sony tem necessidade de passar Grey's Anatomy dublado na hora do almoço e a mesma caralha de episódio legendado à noite? NÃO!

 Dou um Real pra quem assiste o programa da Kimora

Isso sem falar nos programas que são ruins mesmo! Ou alguém gosta de verdade daqueles realities que passam na VH1? Ou do programa da Kimora? Eu prefiro assistir a culinária do Bestshop TV para ver como funciona o Grill Família.

Enfim, muito se fala que a qualidade da TV aberta é isso ou aquilo, mas a verdade é que tem coisa muito boa e muito ruim nas duas. E eu sempre apreciei os programas toscos da TV aberta sem o menor pudor. E ontem estava relembrando alguns clássicos do esgoto televisivo.

"Você vai se emocionar"

Te Vi Na TV (que depois virou Eu Vi Na TV) e Tarde Quente, ambos capitaneados pelo saudoso (não, ele não morreu) João Kléber, o corno. O Te Vi na TV que passava a noite tinha pegadinhas e o famoso teste de fidelidade que fez tanto sucesso que virou a única coisa do programa. Aliás, carreiras foram lançadas nessa atração, gente como Marcos Oliver e Márcia Imperator, que foram tentar a sorte no mundo do entretenimento adulto.

Quando geral se encontrava no palco era um show à parte. Corno(a), corneador(a), Oliver e/ou Márcia, João. Rolava de tudo, as flores sempre voavam na cabeça de um caboclo, rolavam lágrimas, os atores provocando e a platéia vindo a baixo com os comentários da sempre eloquente Suzete, fã de carteirinha que ganhou até comunidade no Órcuti.

No Tarde Quente, passavam aqueles casos típicos da Márcia: "filha tem um grande segredo e quer revelar para mãe" até que João, gênio como sempre, teve a idéia de criar o quadro "Vida de Novela" onde eram narrados casos supostamente reais de gente comum, como eu e você, mas que mais pareciam enredos de novelas (ou filmes de comédia, você escolhe). Lembro bem do caso da mulher que flagrou o marido na cama com a cadela de estimação da família. O.o Literalmente, mundo-cão.



 "Mexeu com você. mexeu comigo"


Já que falei dela, não tem como levar adiante um texto sobre a TV (boa) ruim sem citar a rainha, Márcia Goldschmidt, que além de ser a Hannah Montana do futuro, foi uma das pioneiras nesse tipo de programa de desgraça alheia.

Márcia já teve agência de casamento, trabalhou no SBT, na Gazeta e tem se mantido firme na Band, onde apura quem tá chifrando quem com seu imbatível polígrafo. Márcia também já escreveu dois livros de auto-ajuda, que eu pretendo super ler um dia.

 "Bate no Marquito, bate no Marquito"

Se Márcia é a rainha, ele é o príncipe: Carlos Roberto Massa, o Ra-ra-ra-ratinho. Só não é rei por que esse posto é do Alborghetti. Mas não esse Ratinho podado do SBT, o bom era na Record, o Ratinho Livre onde ele levava aberrações, contava causos e revelava talentos eternos. ET (do ET e Rodolfo), Azulão, Bailarino, Marquito, Tunico e Xaropinho...tudo gente que teve seu lugar ao sol junto com o Massa. No SBT aproveitou-se um pouco do talento dele para fazer TV tosca, mas depois que uma senhora quebrou o braço durante uma briga após MAIS UM RESULTADO DE DNA, a emissora achou por bem dar uma maneirada no fudevouz.

E na madrugada? Quando todos dormem, belas garotas labutam. E não falo só daquelas da Augusta. Há alguns anos atrás (não vou saber precisar por que estou velha) passava no Canal 21, um programa chamado Happy Line que consistia em meia dúzia de (não tão) bonitinhas dançando e atendendo telefonemas. Foi do nada ao lugar algum, mas eu sempre assistia, era fã da Guadalupe Grande Abóbora.


 "Eu sou fã do SBT!!!!"


No mesmo naipe, mas não tão pobre, tio Silvio Santos trouxe de volta o Fantasia para as noites do SBT, colocou lá a Donna Troy de Itaquera, Ellen Ganzarolli e o melhor amigo gay dela, Caco (que não era o sapo), contratou mais duas dúzias de meninas e distribuiu prêmios do Baú madrugada adentro. Como eu trabalhava num horário escroto e chegava em casa por volta da uma da manhã, assisti muito Fantasia.

Mas programa ruim, que acaba sendo bom, na TV tem de baciada. O finado Clodovil comandava o A Casa é Sua na Rede TV e era um lixo, mas eu bem gostava de ver ele fazendo lindos arranjos florais com o Beto. Depois o programa mudou de nome passou para a mão da Sônia Abrãao e ficou horrendo! Num guento a cara dela, nem da véia da Top Therm, nem do japoronga do Cogumelo do Sol.


Qual será o segredo da Eloísa Medina?
Quem nunca sentou na poltrona pra ver uma tosquice que atire o primeiro frasco de Plástica Natural!

3 Comentários:

namoro disse...

Olá Jenny!
Retribuindo sua visita, tive a oportunidade de me deparar com uma cronista de mão cheia. Bárbaro esse texto, parece que em algum dia você leu meus pensamentos kkk Márcia, Ratinho e Cia tinham lá seu valor. A TV paga nem sempre é o que se compra para ver. Como já estava acostumado a um aglomerado de banalidades e sem opções nas madrugadas solitárias, ainda mais quando a emissora teimava em cortar a transmissão para fazer a manutenção de seus transmissores, apelei para a Net. Hoje, não assisto tanto TV, apenas alguns filmes repetidos kkk
Beijo (se não me falha a memória, Caio Martins é o estádio do América do Rio, certo ou errado?)

Ana disse...

um dos melhores posts que li nos últimos tempos. Chorei de rir. Parabéns.

Seta disse...

Por mim Friends pode passar infinitamente na Warner :D

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