Histórias do Futebol - Uma Vez Flamengo...
Hoje ouvindo o Sala de Redação da Rádio Gaúcha, como faço todos os dias religiosamente, tomei conhecimento de várias histórias de gente que morreu assistindo jogos de futebol, ou gente que passou mal. Inclusive uma história de um rapaz que durante um Grenal sentiu-se mal e até hoje tem sequelas sérias por causa disso. De cortar o coração mesmo, quase chorei.
E o futebol é vida e morte para muita gente. E pra muita gente ele surge no momento do nascimento e e acompanha até o caixão. Ou ninguém nunca viu escudo de clube em porta de maternidade? Bandeira em velório? E outras coisas do tipo?
Quando você nasce, seu pai aparece no quarto da maternidade com aquela camisetinha 10 minúscula e decreta "nasceu mais um INSIRA AQUI SEU TIME". Quando você morre, espera que seus filhos e netos lembrem de guardar suas camisas velhas, seus times de botão, suas faixas de campeão. E se possível que mandem uma com você.
Mas a história nem sempre é linear. Às vezes seu pai declara que nasceu mais um torcedor, mas no decorrer da vida, você escolhe outro time. Às vezes não é seu filho, nem seu neto que vai lembrar de pôr aquela camisa junto de você para o descanso final. Às vezes, por que a vida tem dessas, é seu pai.
O programa de hoje me lembrou de uma história. Não de um time, não de uma torcida, não de uma conquista. Mais de um pai. E um filho. E de dois times.
Era uma vez um menino, que, como todo garoto, logo cedo foi apresentado à bola. Logo cedo foi levado aos Estádios, o Maracanã parecia maior do que realmente é. Um mar alvinegro que pra ele nunca fez muito sentido, mas fazia todo o sentido do mundo para o seu pai. Ele olhava além e via uma Nação e vai saber se esse menino não sonhava em vermelho e preto quando ia dormir depois dos dias de jogos no Maraca?
O tempo passou e talvez por não poder optar, não saber que tinha essa escolha, o menino se desinteressou pelo futebol. No peito dele não batia uma estrela solitária...Passaram-se anos para que ele conseguisse olhar nos olhos do pai e dizer: "Eu sou Flamengo até morrer."
E foi. E no meio da dor, esse pai, Botafoguense, lembrou de tirar do armário do filho aquela camisa rubro-negra que tantas discussões gerou e colocá-la sobre o coração que não mais batia, mas que viveu pouco e apaixonado pelo Flamengo.
E essa é também uma história do futebol.
9 Comentários:
Eu estava aqui agora mesmo assistindo o DVD sobre o PentaTri do Flamengo. Aí entro no blog e dou de cara com uma história como essa, é de emocionar qualquer torcedor.
Felizmente, meu pai e eu somos rubro-negros, então comemoramos ou choramos juntos!
Linda, srta. Jenny. Lindíssima crônica.
Apesar de não ser o mais apaixonado por futebol, a relação amor/ódio que o esporte bretão impregna no coração das pessoas é realmente deveras espetacular.
Como um dica (apesar de ter quase absoluta certeza que você já conhece), tem o livro Febre de Bola (Fever Pitch) do grande autor Nick Hornby (o mesmo de Alta Fidelidade e Grande Garoto). Mais do que recomendado!!!
Felizmente tenho o sangue gremista nas veias há três gerações. Meu pai é gremista e meu avô também. Antes, acho que nem tinha futebol. Hã...
Meu vô era tão fanático que os filhos (e filhas) dele sairam com nome de jogadores do Grêmio. Ele quase completou o time titular, acredito eu...
O próximo post aqui será sobre o Vasco?
Eu sou Flamengo até morrer, isso eu não tenho a menor dúvida. Porém, eu não sofro, morro ou mato pelo Flamengo ou pela sua bandeira. Não faço isso por nenhum tipo, nem mesmo pela seleção brasileira.
Gosto muito de futebol, mas não faço disso a minha maior e única paixão e/ou razão de viver. Prefiro dedicar-me a paixão pelas mulheres, pois elas são muito mais interessantes.
Estando na primeira colocação ou na última, terei o mesmo "amor" pelo meu time. Claro que, ele estando em primeiro é sempre melhor, pois posso tirar um sarro dos amigos que torcem pelos outros times. Se ele estiver em último, aceito as brincadeiras de boa, afinal não se pode ganhar sempre.
Ganhei a minha primeira camisa do Flamengo do meu irmão mais velho e de lá para cá muito coisa aconteceu. Vi momentos bons e ruins: ídolos como o Zico que deixaram a sua marca, outros fizeram muitas cagadas (inclusive os dirigentes). Mas continuo firme e forte torcendo pelo rubro-negro carioca.
Sei apenas que "eu teria um desgosto profundo se faltasse o Flamengo no mundo.."
Muito bom o texto. Parabéns!
Idenaldo
Outro texto excelente, de arrepiar qualquer um.
Eu vivo o Fla-Flu diário com meu pai. Ele Flamengo e eu Fluminense. A relação pai-filho-rivalidade está muito bem descrita. No meu caso, é a camisa tricolor que gera tantas discussões com o velho.
Jenny, estás ganhando mais um fã.
Essa estoria é do meu irmão...ele foi ao Corinthians e Ral Madri no maracanã, durante o jogo le ficou ao lado de um senhor que não parava de fumar de tão nervoso, o jogo indo e vind, gritos, xingamentos e panalty...pra Real Madri, a torcida apreensiva, mordendo labios, unhas e dedos e meu irmão olha pro lado, esse senhor olhos fixos no campo, enquanto a torcida com os braços esticados no "sai zica!"...Anelka corre pra bola...chuta, DIDA defende a torcida grita e o senhor cai pra trás...ele cai desmaiado por cima das arquibancadas e pessoas, meu irmão chega perto: - vai abre, abre. Ele precisa de espaço pra respirar, mede o pulso vewrifica se ele respira...o senhor abre os olhos: - E ai, tio? Tudo bem?
- Ai...o Corinthians me mata!
Jenny tua estoria foi de chorar, de deixar o coraçao apertado, quando meu pai morreu eu não chorei, meu pai precisava descançar então eu entendi que era a hora dele, corinthians foi campeão e minha mãe falou, foi pro seu pai e chorou copiosamente eu a abracei e não chorei, corinthians caiu e eu não chorei. Mas naquele Corinthians e goias 4 x 0 na copa do brasil meu filho assitiu o jogo comigo, ele deito no meu colo e quando a tocida gritou: "aqui tem um bando de loco" e ele levantou e ficou espantado com aquilo, ali eu lembrei de meu pai e fiquei com o coração apertado os olhos marejaram...e hoje de novo.
Já falei uma vez...Futebol é foda e tu escreve pra caralho...tu devia pensar em ser publicitaria
oi, olha eu aqui entrando no santuario sagrado dos homens, o futebol, mas eu me permito dizer que não é só vcs que entendem e se emocionam com esse assunto, bom mais deixa eu explicar como eu vim para aqui pra começar, eu como souviciada no meu time e não perco um jogo(embora eu só veja pela a tv, pQ não moro no Rio) me lembrei agora apouco de um jogo na globo, que antes do inicio eles citaram uma linda cronica com imagens do time durante era exibida, então eu rosolvir procurar agora a msma conica e acabei vindo parar aqui :D ( é obivio que essa não é a cronica que eu tou procurando), mas então eu lir isso aqui foi citado pelos os demais ai emcima não pude deixar de me emocionar.
Eu sou flamengo desde criança, minha familia toda é tbm, mais eu não nascir flamengista, pra falar a verdade quando eu via aquelas pessoas todas vibrando,chorando e chigando durante as exibições de futebol eu não entendia e achava que tava no meio de hospicio, que aquilo não era normal, eu pensava, mas um daqueles loucos em questão sempre foi o mais extressado, o mais entusiasmado, o mais contente nas virtorias, e o mais triste nas derrotas. Esse torcedor ao extremo era o meu José Carlos, acho que foi vendo o quanto ele era feliz vendo aqueles homens correndo, chutando, se agarrando, caindo, batendo, tudo para colocar uma bola na rede que me fez quere saber mais sobre aquilo.
Tá bom que eu também não opção, o meu ia ver os jogos na minha casa e mudava a canal me deixando as opções: ou ver o jogo(calada de preferência), ou cai fora, a casa era minha e eu não tinha a intenção de ceder-la pra ninguém( eu sei que sou orgulhosa)então pra não dar o braço a torcer e ele pensar que tinha ganho a meu lugar em frente a tv, eu ficava mesmo de contra gosto e via o jogo.
Tenho de admitir que foi muito facil pra mim começar a gostar daquilo, eu me via perguntando ao meu tio durante a partida, "mas porque foi falta?, o que é falta? e porque foi lateral? não era falta? isso é penalti ou falta?" meu tio na expectativa de voltar a ver o jogo sem eu tá enchendo o saco dele me respondia tudo, é claro que ele não podia gritar comigo, eu era criança e estava em casa e fazia perguntas de crianças não era mesmo? Mas o que ele não gritava comigo por encher sua paciênia durante o jogo, sobrava para o Juíz, coleiro, atacante, centravante e toda a escalação, isso mesmo meu tio é do tipo que não poupa nem o proprio time chinga tudo mundo, minha mãe iria ficar horrorizada com a quantidade de palavrões que eu aprendir emquanto via os jogos e meu tio chigando do lado.
Bom estava comprovado que gostava mesmo de futebol, mais ainda não escolhera um time ai novamente entra o meu tio na história, é claro que havia um monte de flamenguista onde moravamos, mais nenhum deles demostrava o amor incondicional, a convicção desprositada, e adoração fiel ao flamengo com o meu tio José Carlos, surgia uma oportunidade de falar sobre futebol e sempre falava do flamengo, bem ou mal ele não deixava de falar o quanto o time tinha chance, mesmo beirando o rebaixamento. Bom para o coração do meu tio e da metade Brasíl, atorcida flamenguista, o meu tio sempre esteve certo o flamengo, por mais defícil que seja sempre conseguio se mater na primeira e orgulhar a torcida apesar de tudo.
Então observando o meu tio sua formal estérica e despropocinal de torcer pro flamengo a cada instante, eu me vir adorando aquele time também torcendo, vibrando, chorando e defedendo exaltando aquele time apesar de tudo.
E foi assim que eu me tornei umas das flamenguista mais chatas que os meus amigos conheçem, olhando e aprendendo com oti tio Zé Carlos a amar aquilo mais que qualquer outar coisa.
mais enfim otimo texto o seu e espero que não se importe de eu aparecer aqui outras vezes ^^
Oi Jééh, fique a vontade pra voltar sempre!
Mas aqui não é território sagrado de homem, não viu...aqui a bagunça é comandada por uma mulher :P E eles que se comportem :P
flw ^^
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